Não querendo mostrar (mas ainda assim fazendo-o) a minha faceta mais geek, ou "jik", como já ouvi dizer na minha nova "escolinha", aqui vai:
O meu primeiro contacto com a informática deu-se através de uma fabulosa máquina chamada Sinclair ZX Spectrum +2. State of the art ou o caraças, de qualquer forma era comparado com o modelo anterior que, desgraçado, para além de metade da memória disponível ainda carecia de um leitor/gravador de cassetes separado. Mas adiante... entusiasmado com o animal descobri que podia criar os meus próprios programas e até... jogos! Deitei mão a uns livritos e embora! Vamos só acertar uns detalhes: a memória RAM (Random Access Memory) é de uma forma simplista a o "espaço" que um computador dispõe para armazenar as instruções todas de um determinado programa de forma a poder corrê-lo. Hoje em dia já é muitíssimo comum um laptop ter 2BG de RAM. O ZX Spectrum +2 pesava aproximadamente o mesmo que um pequeno laptop actual mas ainda precisava de um televisor para ter alguma utilidade, e tinha 128KB... Pausa: 1 byte = 8 bits (pode pensar-se no bit como uma "casinha de botão" que aceita apenas dois valores: 0 ou 1 - um dígito binário) 1KB (kilobyte) = 1024 bytes 1MB (megabyte) = 1024 KB 1GB (gigabyte) = 1024 MB Um carácter simples num SMS, por exemplo, em princípio necessita de um byte para ser registado, estão a ver a ordem de grandezas? Um programa é feito disso mesmo, de uma forma simplista, caracteres que contêm as instruções para a execução daquilo que é suposto este fazer. Num livrinho de um Richard G. Hurley chamado Aventuras Gráficas Para o Spectrum 48K (de 48KBs de RAM, um predecessor menos abastado em termos de memória do meu 128KB, mas cuja linguagem de programação era mais ou menos suportada), editado pela Presença em 86 do século passado, encontrei hoje, e não me perguntei porque abri sequer o espécimen, conselhos valiosos sobre o aproveitamento de recursos de memória. A dada altura: "Um problema muitas vezes observado quando se escrevem programas compridos (...) é a falta de memória (a chamada RAM) (...) particularmente porque qualquer valor numérico ocupa, pelo menos, 7 bytes. (...) mas existem diversas forma de economizar quando se trata de dados numéricos. (...) O valor 0 (zero) é um dos mais frequentemente usados em qualquer programa, e é possível poupar bastantes bytes (5 num total de 7) substituindo-o pela expressão NOT PI... (...) Pode também poupar-se memória reduzindo valores numéricos a cadeias (strings) (...) por exemplo, o valor numérico 12 por «VAL = "12"». A quantidade de memória assim poupada será de 3 bytes. (...) Nesta aventura [programa exemplificado], as técnicas citadas permitiram poupar aproximadamente 6KB (!)." Terão presente o que são estes 6KB hoje? Nada! Mas há tão pouco tempo fariam diferença na possibilidade de passar horas e horas agarrado a uma treta de computador, que nem monitor tinha, era preciso chatear os velhos para usar o televisor da sala. Estamos na era dos superlativos, enormidades!